métodos de introdução alimentar

Os 4 Métodos de Introdução Alimentar: qual escolher?

Conteúdo atualizado em por Nutricionista Mariana Jardim

Após a preocupação com a amamentação nos primeiros meses de vida do bebê, os pais já começam a se preparar para a introdução alimentar. O início da alimentação do bebê é uma etapa muito importante de seu crescimento e desenvolvimento, porém como tudo no primeiro ano, exige dedicação e conhecimento dos pais para enfrentar mais essa fase de desafios.

Tópicos deste post:
Tradicional/Papinha
BLW
BLISS
ParticipAtiva
Qual método escolher?
Vale a pena fazer um curso online?

Quando a família começa a pensar na introdução dos sólidos à alimentação do bebê se depara com diferentes métodos. Apesar da tradicional papinha ser ainda a mais indicada pela maioria dos pediatras, já existem muitos médicos e nutricionistas defendo os benefícios de outros tipos de introdução alimentar como o BLW, BLISS e IA ParticipAtiva. Por isso nesse artigo vamos falar um pouco sobre cada um desses métodos e seus benefícios para te ajudar a decidir por qual deles optar.

É importante saber que o bebê precisa estar pronto para ingerir outros alimentos que não o leite materno ou fórmula. Introduzir alimentos sólidos antes do tempo ideal pode ser muito prejudicial e até mesmo perigoso. O bebê precisa estar pronto! A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é iniciar esse processo aos 6 meses de vida do bebê, mas também é importante estar atento aos sinais de prontidão para começar com segurança.

Se seu bebê já completou 6 meses, apresenta os sinais de prontidão e foi liberado pelo Pediatra para iniciar a alimentação por sólidos, então conheça os diferentes métodos utilizados hoje.

Quais são os métodos de introdução alimentar?

Vamos falar sobre cada um dos métodos de introdução alimentar mais utilizados de forma que você possa comprar e decidir qual tipo de IA faz mais sentido para sua família.

1 – Tradicional/Papinha

A papinha é o método mais popular, o que não significa que seja o melhor. Apesar de algumas mães se sentirem mais seguras em oferecer papinhas amassadas ou processadas, deve-se tomar cuidado com a consistência dos alimentos.

Na introdução por papinha, os alimentos devem ser amassados e não passados em liquidificador ou processador. Desde o início devemos estimular a mastigação que, além de ajudar no processo digestivo também é importante no desenvolvimento da fala.

É importante salientar que diversos estudos indicam que a probabilidade de o bebê engasgar é a mesma com papa ou alimentos em pedaços, como no método BLW. Afinal de contas, bebês engasgam até mesmo com leite. O mais indicado é iniciar pelo método que os pais sentem mais confiança, para facilitar o processo como um todo.

Praticamente todos os alimentos podem ser incluídos na papinha, respeitando a tabela de alimentos para uma refeição completa. Muitos nutricionistas também aconselham os pais a não misturar os alimentos, mesmo que sejam oferecidos amassados e na colher. Isso por que é importante que a criança conheça os sabores dos alimentos individualmente. Papas que misturam diversos alimentos acabam mascarando seus sabores e induzindo a uma maior seletividade no futuro.

2 – BLW

O método BLW vem se tornando mais popular nos últimos anos, devido aos seus inúmeros benefícios. Se você ainda não ouvir falar, saiba que BLW é a sigla para Baby Led Weaning, que na tradução para português significa Desmame Guiado pelo Bebê.

O método defende que o bebê explore os alimentos e fique livre para experimentar e ingerir a quantidade que deseja. Isso pode deixar muitos pais aflitos porque perde-se o controle da quantidade de comida ingerida e o bebê muitas vezes parece só “brincar” com os alimentos.

Mas as vantagens a longo prazo são inúmeras. Deixar o bebê manipular os alimentos e se alimentar sozinho (com supervisão, é claro) traz os seguintes benefícios:

  • maior aceitação da comida;
  • favorece a autorregulação do apetite;
  • promove o desenvolvimento psicomotor (pelos movimentos estimulados para pegar o alimento e levar à boca);
  • proporciona autonomia ao bebê;
  • a criança desenvolve melhor os mecanismos de defesa contra engasgo (o famoso gag);
  • a refeição se torna uma atividade prazerosa e divertida;
  • a criança pode mais facilmente ser incluída nas refeições da família;
  • além de outras vantagens em relação ao método tradicional.

Para começar a IA com BLW é importante estar atento à consistência dos alimentos. Como o bebê – provavelmente – ainda não tem dentes, tudo que é oferecido precisa ser facilmente amassado pela gengiva dele (gengiva muito forte, diga-se de passagem).

3 – BLISS

A sigla significa Baby Led Introduction to Solids, “introdução de sólidos guiada pelo bebê” em português. O BLISS é basicamente o BLW com algumas recomendações feitas através de estudos para garantir os nutrientes necessários ao bebê e uma maior segurança contra engasgos.

O princípio de oferecer comida que o bebê possa pegar com a própria mão e decidir o que/quando/quanto levar a boca permanece exatamente como no BLW.

O quadro abaixo mostra as diretrizes para utilização desse método na introdução alimentar.

ObjetivoRecomendações
Aumentar a ingestão de alimentos ricos em ferroOfereça um alimento rico em ferro de alta disponibilidade em cada refeição, entre eles: fígado, carne vermelha, frango, porco e peixe. Também ofereça com regularidade os alimentos ricos em ferro de média e baixa disponibilidade: vegetais verde escuros, feijões, grão de bico e lentilha. Utilize receitas para oferecer com segurança os alimentos que o bebê não consegue agarrar no começo (vegetais folhosos, por exemplo).
Melhorar a absorção de ferroDeixe os grãos integrais (arroz integral, feijões, grão de bico, lentilha) de molho em água com limão por 12 horas, descartando a água antes de cozinhar. Ofereça uma fruta rica em vitamina C junto com as grandes refeições: laranja, tangerina, morango, abacaxi, kiwi, carambola, pêssego, etc.
Garantir boa oferta dos demais nutrientesOfereça uma variedade de alimentos, repetindo diversas vezes os alimentos inicialmente recusados. Ofereça de 3 a 5 alimentos diferentes em cada refeição, mas disponha na bandeja apenas um pedaço de cada por vez, repondo sempre que for preciso.
Reduzir o risco de falhas no crescimento, como resultado de uma baixa ingestão calórica de corrente da auto alimentaçãoOfereça ao menos um alimento energético em cada grande refeição: batata (doce, baroa, inglesa), inhame, aipim, abóbora, abacate, banana, azeite, óleo de coco, carnes em geral, feijões e outras leguminosas.

Fonte: Guia Prático de BLW – CONALCO

4 – ParticipAtiva

O método de introdução alimentar ParticipAtiva nada mais é do que o BLW (ou o próprio BLISS) porém com um controle maior do cuidador. Ao mesmo tempo que os alimentos são oferecidos ao bebê para que explorem e comam com a própria mão, o cuidador também vai oferecendo com a colher (em uma textura diferente caso necessário). Assim a família que teme pela pouca quantidade de comida fica mais tranquila.

Essa tem sido uma ótima opção para quem não abre mão de alimentar o bebê mas também deseja que ele conheça os alimentos e aproveite outros benefícios do método BLW.

Na IA participAtiva o bebê é mais ativo na refeição do que quando recebe alimento somente através da colher. É uma introdução alimentar mista, incluindo abordagens do BLW e da papinha. Uma boa maneira de começar a mudar a maneira como se oferece comida para o bebê. Você pode se surpreender ao descobrir que seu bebẽ se alimenta melhor quando come com as próprias mãos. Experimente!

Qual método devo escolher?

Se você ainda está em dúvida sobre qual método escolher para a introdução alimentar do seu bebê a minha dica é: teste! Ofereça alimentos de diferentes maneiras e veja como seu filho(a) prefere ser alimentado.

Antes de começar estude bastante. Conheça os sinais de prontidão, respeite o tempo do seu filho, diminua as expectativas (no começo eles comem pouquinho mesmo) e saiba sobre manobras para casos de engasgo, mesmo que você ofereça papinha.

É muita informação para esse começo em que tudo é novo para a gente e principalmente para o bebê, não é? Mas conte com a gente para aprendermos muito sobre alimentação infantil. Saiba que seu esforço agora irá trazer benefícios para toda a vida da sua criança. Então, certamente valerá a pena!

Vale a pena fazer um curso online?

Uma opção para se sentir mais segura, ter acesso a informações de fonte segura e ainda ter um apoio nesta fase é fazer um curso online. A Nutricionista Pamella Donadoni tem um curso online completo para mães que estão na fase de Introdução Alimentar.

O conteúdo é rico e atualizado, dividido em mais de 5 horas de vídeo-aulas. Você terá acesso ao conteúdo por 18 meses, ou seja, durante todo o processo de introdução alimentar. Além disso, você ganha 10 e-books exclusivos ao fazer a inscrição pelo link abaixo: conteúdo sobre a IA, receitas de lanches, IA vegetariana, respostas para as dúvidas mais frequentes e muito mais.

curso de introdução alimentar

Portanto, vale a pena sim. É um ótimo curso que vai te ajudar nos primeiros passos te deixando mais segura ao longo da introdução alimentar. Ver seu filho se alimentando de forma saudável, com autonomia e se desenvolvendo bem não tem preço, pode ser certeza disso.

Gostou do conteúdo? Compartilha com as amigas com bebês nessa fase e ajude esse blog 🙂

Referências


Guia Prático de Alimentação da Criança de 0 a 5 anos – Sociedade Brasileira de Pediatria, 2021.

Arantes, Ana Letícia Andries e et al. MÉTODO BABY-LED WEANING(BLW) NO CONTEXTO DA ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR: UMA REVISÃO. Revista Paulista de Pediatria [online]. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1984-0462/;2018;36;3;00001.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima